Entre os nós de nós mesmos
Por entre vias e ruelas
Escuras ou singelas
Cascalho e pedra amarela
Que habitam em mim.
Transito em remorsos,
Dores, traumas e afagos,
Pedaços de um tempo roubado
Que nunca têm fim.
Agarro a pena, afundo em breu.
Rabisco em letras seu rosto,
Ou o dele, também o meu.
São tantos que já nem me lembro.
Mas, ao escrever recobro
E até devoro os sentidos
Tenebrosos e já tão partidos
Do início ao fim de setembro.
E da página, deveras amassada.
Alma murcha e encharcada, sinto:
Gratidão por cada ponto, vírgula e tremelique.
Não minto.
Afinal, não vivesse em poesia plena,
Morreria em sandice e chilique.
Finito.