Entre os nós de nós mesmos

Por entre vias e ruelas

Escuras ou singelas

Cascalho e pedra amarela

Que habitam em mim.

Transito em remorsos,

Dores, traumas e afagos,

Pedaços de um tempo roubado

Que nunca têm fim.

Agarro a pena, afundo em breu.

Rabisco em letras seu rosto,

Ou o dele, também o meu.

São tantos que já nem me lembro.

Mas, ao escrever recobro

E até devoro os sentidos

Tenebrosos e já tão partidos

Do início ao fim de setembro.

E da página, deveras amassada.

Alma murcha e encharcada, sinto:

Gratidão por cada ponto, vírgula e tremelique.

Não minto.

Afinal, não vivesse em poesia plena,

Morreria em sandice e chilique.

Finito.

Ladra de Tinta Seca
Enviado por Ladra de Tinta Seca em 22/12/2023
Código do texto: T7959593
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