Eu olho para o mar e vejo meu pai.

Em uma manhã no final de um determinado ano, fui a praia juntamente com meu pai.

Lá, os pescadores chegavam e descarregavam na areia o fruto do seu trabalho durante toda a madrugada.

Eu silenciosamente os observo, homens simples, suas peles tingidas com a coloração única de somente quem é amigo do sol.

E enquanto o sol brilhava sobre o mar causando um fechamento involuntário dos meus olhos, mas que não me impedia de perceber a sombra do meu pai olhando para o mar, ele me disse que gostaria de ser pescador.

Eu olho para o mar e vejo meu pai.

A vida de um pescador não tem qualquer glamour. É ele, o silêncio, sua pequena embarcação e a dependência do mar, mar imenso, uma das grandes representações daquilo que chamamos de Deus.

Olhando para o mar eu vejo meu pai.

Nicollas Madeira
Enviado por Nicollas Madeira em 27/12/2023
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