Chega!

Eu não sei o que é ter um amigo

nem um alguém para pedir ajuda

naquelas horas de fel que a vida nos dá.

A chuva cai tão forte

e não existe ninguém para trazer um cobertor;

além da chuva vem o frio.

Sinto que todos os corações estão gelados

numa caixinha de ferro e desprezo.

O rio perene se pinta tranquila pelo firmamento

e minha voz se cala, se espalha e se nega

quando não há mais nada a dizer.

Escrevo para o futuro, mas o futuro não há

não há aquela taça de vinho

nem os pães adormecidos

para alimentar o ego de tanta gente precipitada.

Nem sempre a verdade faz dor

nem a música que eu tanto gosto me faz chorar

choro pela ruína da gente, choro pelo que não se fez e não fiz

e aquele anjo escondido no deserto me disse: “Chega!”

É hora do agora do instante e não esqueça de olhar

o quanto é belo e distante a eternidade e sua saudade.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 27/01/2024
Reeditado em 27/01/2024
Código do texto: T7986153
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.