Passageira
É preciso renascer
Entre incertezas e pequenos insetos coloridos
Que são bonitos
Mas quase ninguém vê
É preciso estar na presença da vida
Sair do modo automático
Saudar tudo que acontece para um bem maior
Às vezes não conseguimos enxergar
Mas a vida tem sua sabedoria
É necessário abrir bem os olhos, o coração a mente
E tentar entender
Onde os caminhos nos levam
Onde temos que evoluir
Sempre descubro um novo furo em mim
Esse furo deixar passar um pequeno feixe de luz
Que vai iluminando pouco a pouco o poço escuro
Lá vivem os emaranhados
que não sei nem de mim
A pressão dessa água querendo sair
Sai pelos poros, pelo canto de um olho, pelo suor da labuta que é se lapidar
Tento me acolher ao chegar no fundo
Quando perder quase não abala mais
Os calos nos protegem
A dor vai diminuindo
Aprendo a ter paciência
Do tempo não sei muito
E às vezes temo que ele passe depressa
Sem eu me despedir corretamente
Sem eu amar de verdade
Sem eu cumprir minha missão
Respiro profundamente e entrego ao universo algo de mim
Pois entendo minha pequenez
Preciso comer o agora, instante nuvem
Dos meus sonhos faço poemas e canções