Tormenta e Calmaria

A tormenta vem com os anos.

Nas primaveras que vivi.

Nem tudo foi desengano.

Há encantos nesse existir.

Por matas e estradas,

Rio calmo e mar bravio.

Cada passo que eu dava

Eu vencia um desafio.

Flores de variadas cores

Das quais o espinho tirei.

Livrei-me dos temores

E dissabores desprezei.

Seu néctar e seu perfume

Que ainda está no ar.

O colibri como de costume

Do néctar vem se fartar.

De tudo fiz um querer

No intento de existir.

Valorizando o meu ser

E o que estava por vir.

Segredos tantos guardei.

Por não poder revelar.

Promessas que respeitei.

Mas é difícil guardar.

Tanto penso que amei.

Mas só um foi verdadeiro.

Aquele que um dia sonhei.

Foi o meu amor primeiro.

Se tormentas superei

Pra chegar aonde cheguei.

Só eu sei o justo preço.

Da calmaria que mereço.

Autor: Milton Bezerra da Silva

Data: 12/09/23