Rebotalhos
Ao transpor a esquina todas as vistas eram direcionadas;
E as mentes tinham suas reflexões solapadas,
Diante do artificio
Daquele magnifico edifício.
A multidão que ali havia,
Essa opinião, não emanava, todavia.
Pois a ilusão do esmero alheio,
Não lhes sublimava a visão do meio.
Dentro dele era tudo eco,
Fantoche, marionete, boneco,
De uma vida paga como imposto às obrigações,
Na qual se extravia o tempo das relações.
Diante disso, pergunta-se pela razão de tamanha pompa:
Por que dar tanta ênfase a espelhos e atalhos?
Denota-se, assim, que é para que não se rompa,
O tecido que ostenta nossos próprios rebotalhos.