Rebotalhos

Ao transpor a esquina todas as vistas eram direcionadas;

E as mentes tinham suas reflexões solapadas,

Diante do artificio

Daquele magnifico edifício.

A multidão que ali havia,

Essa opinião, não emanava, todavia.

Pois a ilusão do esmero alheio,

Não lhes sublimava a visão do meio.

Dentro dele era tudo eco,

Fantoche, marionete, boneco,

De uma vida paga como imposto às obrigações,

Na qual se extravia o tempo das relações.

Diante disso, pergunta-se pela razão de tamanha pompa:

Por que dar tanta ênfase a espelhos e atalhos?

Denota-se, assim, que é para que não se rompa,

O tecido que ostenta nossos próprios rebotalhos.

Rodrigo Leme de Oliveira
Enviado por Rodrigo Leme de Oliveira em 24/03/2016
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