A urbe cinzenta

calafetou o chão

e nossos sentidos

no asfalto,

não pode haver vida,

calçadas de concreto

também a expulsaram a tempos

mas a vida é como a poesia,

teima em não nos deixar

ali no cantinho do meio fio,

entre o asfalto e a pedra,

brota um pontinho verde,

pode ser um líquen

um matinho,

mas a força da renovação

habita nele.