MÁQUINA DO TEMPO

O tempo não pára. Muda a todo segundo, gira o mundo e vai. Mas as lembranças deixadas marcam o peito, cicatrizam a mente e de repente tudo era história. Vontade mesmo era voltar, reviver o passado, sentar na calçada, sorrir, se emocionar com o primeiro olhar.

Queria voltar no tempo, viver aquele momento de paixão, dar o primeiro beijo, sentir a emoção do primeiro amor. Um abraço, vontade de pegar na mão e andar pela praça. Meio sem graça os olhares se trocando, tentando quem sabe, falar do amor.

O tempo as vezes nos provoca uma dor ou uma lacuna, um espaço que precisamos completar.

Difícil é saber o que fazer, quanto tempo teremos para fazer tudo que queremos, deixar aquele vazio repleto de amor e paixão. Difícil é olhar novamente para ela e não deixar ser dominado pelo desejo de anos reprimidos.

Mas a vida não pára e até mesmo neste reencontro o tempo continua no badalar dos segundos. De repente tudo volta, as lembranças, uma frase que parecia sem sentido, as perguntas (sem respostas), olhos fechados, lábios selados em um beijo que parece ser o primeiro.

Hoje é um outro dia, vivendo de sonhos e euforia mais uma vez colocamos nossas lembranças para maquinar, tecer nossas redes em torno de novos olhares, novos encontros.

Assim como o tempo, a vida não pára. Assim, aqueles caminhos cruzados seguem como devem ser, não paralelos, até que essas voltas, essas curvas se trancem em um só ponto de nossas vidas.

Luiz Caeté
Enviado por Luiz Caeté em 05/05/2017
Código do texto: T5990772
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