Realidade a Cores
(Por Sandra Fayad)
 
Ainda bem que há as cores do Ipê
a irmandade, a ascendência,
a descendência, a consciência coletiva.
Ainda bem que há um não sei o quê,
alguém que confia e prega a FÉ,
que nos convence que vale a pena
cultivar o amor, o sorriso, a decência.
Ainda bem que há a efemeridade
pra nos lembrar da nossa pequenez
diante da vida escondida que surge
de uma estaquia ou semente.
Surge e desaparece sem nunca mais brotar...
Ainda bem que posso andar pela cidade
Com o vento frio a ressecar-me a cara
 Por onde entra alegria, e os poros a dor vara
numa certeza inelástica, que não fenece.
Bom-dia a quem me conhece                                                         
e a quem nem sabe que um dia vim, que existo.
Em breve desaparecerei.
Mas nada de tristeza ou revolta,
é apenas um certame mundial
em que todos caem na rede.
Encaro esse jogo com leveza.
Ontem fui retrato na parede,
hoje sou foto digital,
amanhã serei pó, com certeza.
Bsb, 08/07/2017


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Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 08/07/2017
Reeditado em 27/08/2017
Código do texto: T6049265
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