Sexta-feira.

A moça a minha fronte está sorrindo.

Talvez, ela esteja recebendo uma notícia boa.

No entanto, o velho.

Desde que entrou está de pé.

Com certeza é o orgulho.

Ele não quer dizer que está tão velho assim.

As pessoas escolhem os lugares.

Todas querem se sentar só.

Quando largam a idéia, querem apenas se sentar.

Se não é o caso, ficam de pé num canto.

E quando finalmente se acabam os cantos...

Só resta se misturar.

Cada um teve o seu dia.

Mesmo que convivam juntos,

Cada um teve o seu dia.

Eu mesmo, tive o meu dia.

Mas, ninguém se importa.

Estão todos cansados demais, pelo dia que tiveram.

Talvez, estejam cansados uns dos outros.

Ou, o cansaço seja por voltar para casa.

Onde quer que eles estivessem, era mais interessante.

Ninguém sorri para si.

Ninguém sorri por si mesmo.

Apenas, mostram os dentes, vez ou outra.

E quando percebem que ninguém reparou,

Voltam com as mesmas caras fechadas.

Vou fazer de conta que é o frio de fim de tarde.

Acredito que todos eles também façam de conta.

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 04/08/2017
Reeditado em 07/09/2020
Código do texto: T6074505
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