BEIJA A LONA

Sou o que beija a lona

Sem guarda para guardar

Nem um golpe de sorte

A essa merda se soma

Para poder me ajudar

Em fim, qual o suporte

Que eu possa suportar?

Na trocacão vou mal

Embaixo bem pior

Espero essa cal

Germinar o meu suor

Como o enforcado

Que se esqueceu do nó

Minha esperança nunca alcança

Devagar não chego lá

Essa subida me cansa

Desde o tempo de criança

Sem bola para jogar

Não tenho o amor

Não participo da festa

Carrego essa dor

Tatuada na minha testa

E se você tá com pena

Peço sua compreensão

Para esse fatídico tema

Sobre a ótica da tua visão

Pois esse mundo escuro

Na verdade no duro

Acostumou meu coração

Transformando tempestade

Na minha acomodação

E sem essa maldade

Sigo nessa pouca felicidade

Que restou da situação

É com ela que caminho

Mesmo na contramão

Sem um relés carinho

Nem um simples aperto de mão.

Sei que os versos são tristes

Não falam de flores

Reportam a realidade que existe

Na somatória das dores

Sei também que não estou sozinho

Que a população desse ninho

Cada dia só aumenta

Mesmo o que tenta

Dela se desvincular

Esse dito gado povo

Não é cuspido do ovo

Não chega em nenhum lugar

Pra finalizar essa sina

A zumbilandia vou mudar

Trazendo-a de São Paulo

Fincada no Ceará

Para soar nas esquinas

O seu lamentar

E quando não há jeito

O mundo vai se acabar

Jogo uma pa de sal

Que chegou o carnaval

E eu vou é sambar.

BEIJA A LONA.

Fred Coelho
Enviado por Fred Coelho em 03/10/2017
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