Domingo (do Armazém)
É domingo,
já domíngüa a semana,
só resta a cama,
a colcha de retalhos
e os trapos
dos papos
de sábado.
É domingo,
o fim de noite
não me engana,
com essa cara tão matreira
só pode ser madrugada
de segunda feira.
É domingo,
o domínio da saudade,
último alento da vaidade,
do sono de adeus,
graças ao bom Deus.
É domingo,
último dia do week-end
ou o primeiro do batente
segunda disfarçada:
sol e máquina de escrever,
sunga e terno,
chopp e gravata,
noite desesperada,
gente mal amada,
botequim e escritório,
casamento e velório...
É domingo.