Cotidiano II
Transito pelo mercado
Por entre o cheiro nauseabundo de carne fresca,
E o aroma de frutas recém-colhidas.
O aceno obsceno, o menino tão pequeno,
Entre gritos de Josés e ofertas de Marias,
Ganha em sua banca o de comer de sua família.
No mercado é tudo teatralmente organizado
Dia após dia
Numa confusão de existências,
Onde tudo toma a forma
De uma grande coisa viva
De repente, inesperadamente, se faz o espanto.
Há algo de grandioso no cotidiano.