Versos ao vento
Um velho, cabelos brancos e maltrapilho;
Ajoelhado frente ao seu caderno, a beira do caminho
Mãos trêmulas conduzem a caneta sobre o papel
Imagino seus escritos, se seriam doces ou de fel.
Observo seu rosto e seu olhar agitado,
Enquanto escreve, constantemente olha para os lados
E assim vai preenchendo aquela folha em branco
Imagino seus escritos, se seriam falsos ou francos
Seu sorriso se alarga em certo momento
Percebe-se que em seus escritos havia sentimento
E num piscar de olhos arranca a folha do caderno
Imagino seus escritos, se inspirados no céu ou no inferno
O que fará este velho com cara de maluco?
Escrever e arrancar a folha, errou ou é muito astuto?
E em migalhas transforma sua folha, deixando-a jogado ao tempo
Imagino seus escritos, que agora são apenas versos ao vento.