Versos ao vento

Um velho, cabelos brancos e maltrapilho;

Ajoelhado frente ao seu caderno, a beira do caminho

Mãos trêmulas conduzem a caneta sobre o papel

Imagino seus escritos, se seriam doces ou de fel.

Observo seu rosto e seu olhar agitado,

Enquanto escreve, constantemente olha para os lados

E assim vai preenchendo aquela folha em branco

Imagino seus escritos, se seriam falsos ou francos

Seu sorriso se alarga em certo momento

Percebe-se que em seus escritos havia sentimento

E num piscar de olhos arranca a folha do caderno

Imagino seus escritos, se inspirados no céu ou no inferno

O que fará este velho com cara de maluco?

Escrever e arrancar a folha, errou ou é muito astuto?

E em migalhas transforma sua folha, deixando-a jogado ao tempo

Imagino seus escritos, que agora são apenas versos ao vento.

Nivaldo Joaquim
Enviado por Nivaldo Joaquim em 28/01/2018
Reeditado em 28/01/2018
Código do texto: T6238764
Classificação de conteúdo: seguro