A UM POETA

A grande Avenida

Não deixa margem a dúvidas.

Nada fica intacto

Diante do concreto rude.

A visão, o tato, o olfato,

Tudo anestesiado

Pelo asfalto urbano.

De repente, o inesperado.

Surge um poeta

E me oferece seus poemas

A troco de nada.

Suas “Flores desorientadas”

São como dádivas

Na Pauliceia Desvairada.

Naquele momento,

Meus olhos cegados

De fuligem e fumaça,

Veem desabrochar uma flor

Na grande selva de concreto.

Entro em estado de graça.

Saio do torpor.

Meus olhos

Se enchem de cor.

Viva a poesia!

Mari Watanabe
Enviado por Mari Watanabe em 22/02/2018
Reeditado em 22/02/2018
Código do texto: T6261421
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