A UM POETA
A grande Avenida
Não deixa margem a dúvidas.
Nada fica intacto
Diante do concreto rude.
A visão, o tato, o olfato,
Tudo anestesiado
Pelo asfalto urbano.
De repente, o inesperado.
Surge um poeta
E me oferece seus poemas
A troco de nada.
Suas “Flores desorientadas”
São como dádivas
Na Pauliceia Desvairada.
Naquele momento,
Meus olhos cegados
De fuligem e fumaça,
Veem desabrochar uma flor
Na grande selva de concreto.
Entro em estado de graça.
Saio do torpor.
Meus olhos
Se enchem de cor.
Viva a poesia!