Poema improvisado
Eu sou a essência da contradição
Ou a contradição da essência.
Sou um paradoxo em forma de gente,
Não há caixinha que me encaixe,
Pensamento que me conclua,
Nem definição que me inclua,
Sou o pesadelo do dicionário,
De quem tenta me arrumar um lugar quadrado,
De quem tenta me entender.
Sou a voz da minha própria consciência,
A que sem querer sempre se mete em encrenca
Mas no fundo não é boa nem má
Sou a loucura dos fãs de etiqueta
Dos amantes de rótulos e definições
Sou isso tudo e ainda assim
Dentro de mim
Tenho a paz de quem é o que quer ser
De quem brinca, mas não esquece o dever
De quem tem a velhice de quem ,
Com as lições da vida aprendeu,
E com a jovialidade de quem se recusa a deixar de ser criança
Porque no fundo ainda tem a esperança
De um mundo em que se possa viver
Sem a preocupação imposta do "como se deveria ser"