TEMOS PRESSA, MAS...
Enquanto o trem se vai,
Corremos por entre os vagões
Procurando sempre a próxima porta.
Lemos a última página do poema
No intervalo de uma esquina com a outra.
E nem percebemos que uma nova árvore nasceu
Rompendo os concretos da cidade de pedra.
Há uma nuvem no céu,
Ela lembra um grande biscoito saindo do forno de vó,
Engraçado, eu sei, mas não vemos a nuvem,
Como poderíamos nos lembrar da vó?
O farol fechou, corremos desesperados para alcançar o outro lado que sempre esteve ali;
Apenas um ficou,
De vistas escuras ele aprendeu a ouvir,
É que a vida lhe poupou das horas perdidas que os ponteiros contam.
Temos pressa,
Mas abrimos uma fenda no tempo quando nos restam os últimos segundos, e assim reiniciamos o relógio.
Temos pressa,
Mas fomos feitos para a Esperança...