MEDIANEIRA

Abri na parede a janela que me faltava

Pouco me importa as regras orgânicas

A luz que penetrou nos lugares mais escuros

E pude ver uma Valência de outro canto

Não era questão de privacidade

Não era questão de liberdade

Era apenas uma necessidade

De infringir a regra e se permitir algo novo

A parede cega também me cega

Da janela clandestina eis o mundo que eu não via

Tão perto de mim, do outro lado

Tantas são agora as possibilidades

E eu tanto tempo fui apenas uma metade

Segregado num compartimento iníquo

Que de tão reto ficou oblíquo

E hoje me sinto tão ubíquo

Neste mundo infinito.

Paulo Roberto Fernandes
Enviado por Paulo Roberto Fernandes em 20/04/2018
Reeditado em 20/04/2018
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