Eu Escrevo
Eu escrevo para saciar a alma
não a minha que já transborda,
mas a de quem lê.
A de quem lê é como a minha
quando está na borda,
então leio Bukowski,
Ana Cristina Cesar,
leio Olavo Bilac
e as estrelas do céu.
E então, transborda.
Quando transborda, escrevo.
Escrevo uns versos que caíram sobre a mesa
para outras que também transbordam
e o ciclo então continua.
Escrevo para saciar a alma,
também a minha.
Pronta para absorver como esponja
o que transbordou da alma do outro
e então somos uma parte de cada um.