COMO SE FORAM DE CHUVA?

Chuva de ontonte - muy pouca...

...mal e mal sentou a poeira.

Nem marcou no medidor...

Choveu com sol - tarde inteira...

Cerraçãozinha - bem fina

e um horror a mormaceira.

A chuva de ontem, sim!

Essa sim fez anarquia.

Já amanheceu tempo escuro

pros lados da Três Marias,

depois o vento firmou

sentenciando que chovia...

...E a chuva de quase um mês,

choveu em menos de um dia.

Diz que pra o lado da vila

o vento era muito forte,

e vão levar uns três dias

pra colocar tudo em “orde”.

Uns “ocalito” caído...

dois, três rancho destelhado...

E o galpão do negro Jorge

amanheceu meio ladeado.

Mas é do tempo, é da lida,

faz parte do nosso mundo!

Veja o senhor que, estes dias,

me contava um viramundo:

Que ali pelo Cacequi

- Passo do Umbu, Timbaúva –,

a cada oito ou dez dias

chega uma manga de chuva.

Enquanto no Campo Seco,

nos pagos de Dom Pedrito,

há mais de mês não chovia!

- Deus queira, tenha chovido!

Posso, ao final, garantir

Que fomos bem... muito bem!

A chuva sempre convém

Embora co’algum estrago.

A dor do pasto queimado

É muita mais dolorida

Mas é do tempo, é do mundo

Faz parte da nossa lida!

Fábio Maciel
Enviado por Fábio Maciel em 10/06/2018
Código do texto: T6360678
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