Diário de uma guerreira

Seis da matina

A noite termina

Já não é mais menina

Mas sempre heroína

Começa a rotina

Que tem como sina.

O pé tateia no chão

Procura a sandália

Guarda toda tralha

Que está no colchão

Dói o pé, dói o artelho

Dói o pulso, dói o joelho

Dói a mão.

Mesmo assim parte pra luta

Pra dura labuta que é seu viver

Casa pra varrer

Comida pra cozinhar

Uma dor pra esquecer

Muita roupa pra lavar

Anseia a noite chegar

Pra poder descansar

E amanhã recomeçar

Às seis da matina ...

“Todo dia ela faz tudo sempre igual ...”

(Chico Buarque in COTIDIANO)

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 20/06/2018
Reeditado em 07/07/2018
Código do texto: T6369377
Classificação de conteúdo: seguro