ÓBVIO

Tem certas coisas no mundo que é bem melhor não saber

Fatos que o tempo diz explicar, mas que prefere esconder

Camufla no já moído peito da gente e se descobre faz doer

Dói tanto que às vezes mata segredos do bem viver

Ninguém procura verdades pelo tosco prazer de sofrer

Assemelha-se à saudade, vem com o inconsequente querer

Desce e se apossa da mente, invade o corpo, confunde o dever

De se evitar que se morra matando o seu próprio ser

Se um dia for necessário seu cais impedi-lo ver

O sol das respostas claras da clarividência desprender

Jamais constranja o destino, deixe o impreciso acontecer

Pois tudo se acha, se encontra ou também pode se perder

No exato propósito do óbvio repentinamente surpreender

O intenso paradoxo da vida que se renova ao nascer