Invenção N.I

Lapidar o perfume pela metade

nas gotas inebriantes do frenesi

até a sangria completa do canto

em finas lâminas de insensatez.

Decepar a lírica do significado

no requinte sutil da alucinação

para destilar a figura no verso

após a meta plástica do poeta.

Cantar o senso perverso do poema

nas lágrimas incontidas da matéria

num canto, num traço, num aroma.

Bailar com palavras nuas sem tons

pelos caminhos úmidos da secreção

entre a memória e o véu da fantasia.

ubirajara almeida
Enviado por ubirajara almeida em 27/11/2018
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