A matéria da inquietação

Os sonhos se foram na retina

precisa do apetite enfadonho.

Sei da época e das infiltrações

imperativas para a diversidade

da anatomia ante a concepção

do vício na inocência do olhar.

Tenho abstrações do passado

sobre as vestes de cada cobiça

para a nudez brotar no silêncio

das frias leituras impacientes.

A agonia floresceu no disparate

para tornar-me isento no louvor

diante da redenção final do juízo.

Vivi o sonho antes da sedução

tornei-me vário antes da ruína

atravessei-me em linhas tortas

a cantar canções sem bandeira

e na via láctea da consagração

dormia sob a tenra luz do fulgor.

Era o segredo do encontro para

seguir por líquidas estações que

não contam ares nem dão frutos

no ledo sarcasmo dos exaltados.

ubirajara almeida
Enviado por ubirajara almeida em 30/11/2018
Reeditado em 05/01/2019
Código do texto: T6515407
Classificação de conteúdo: seguro