Sob as terças gregorianas

Cobertas com véus, as pernas da perversão

contemplavam o sol definindo a visão das ruas

onde os pássaros noturnos perseguiam

a luz atordoada pelo brilho da aurora

mas as horas tem habilidades

num lance de dados

como a cadência lenta

se agita na fuga da presa

e em mim adormece o desejo

de voar pelo silêncio da infinitude.

Onde chegarão os sonhos?

Na avenida incerta da amplidão

com o vazio vertendo as cores

pela angústia do incondicionado

ou se refugiarão sobre

o manto do crepúsculo?

As manhãs são vaidades na máquina de tear

ou na nudez vestida de prazeres e espasmos

sem revelar minha sombra de anil

no despertar alvoroçado de pestanas?

ubirajara almeida
Enviado por ubirajara almeida em 30/11/2018
Reeditado em 22/06/2020
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