Iluminâncias

Pudesse ler o futuro

desdenharia da sorte

onde as embarcações

definem todo o destino

no rito de cada missão.

Se lesse a frase no muro

que desvendasse a morte

teria na mão finas garras

com lanças de imbricações

contra toda investida.

Seria cercado por certo

com fios de vidro torcido

nas tranças do puro sisal

com graça de ouro cingido.

Se fosse de pedra o sopro

daria a sentença final

do eminente coveiro

na sua arte completa

sobre o corpo sem saída.

E findando a litania

cobriria o desvario

com toda sina bendita

de asa, pernas e cores.

E lá no fervor do céu

seria apenas estrela

a luzir na íris do azul

o frio do sono veloz.

ubirajara almeida
Enviado por ubirajara almeida em 24/12/2018
Reeditado em 15/01/2021
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