O HORIZONTE

A noite já se aproximava, seus olhos fixos pela janela, observava o entardecer, ouvia-se o cantar dos pássaros que se aconchegavam nos seus ninhos. Aos poucos o dia ia dando lugar para aquela noite fria. Ali parada, com aquele vestido estampado, que marcava seus seios pelos arrepios, que o vento de leve toca em sua pele. Seus cabelos amarrados como um rabo de cavalo, aqueles óculos, escondia seu olhar profundo e triste; o horizonte parecia ser algo tão difícil de alcançar.

Recordava-se de quando sonhava com o dia que iria encontrar alguém que o despisse, não suas roupas, mas a sua alma. A cada novo alguém, uma nova esperança, e junto uma decepção, era como se a vida não quisesse que aquela menina/mulher que tanto acreditava no amor, não encontrasse o seu amado. E por onde andava? Na imensidão daquele horizonte, questionava-se. Será que já se encontra nos braços de outro alguém, será que está aqui perto, ou tão longe que não poderá me encontrar. Era como se o tempo, a quisesse apenas para ele. Seu coração estava frio, como o fim de outono.

Estava cansada de toda aquela vida de aventura, queria poder repousar no silêncio da noite, poder olhar as estrelas, segurando a mão de seu amado. E aos poucos seus pensamentos foram sendo defeitos com a chamada do seu celular. Era sua secretaria, informando que em algumas horas, ela precisaria está presente em mais um compromisso. Um dos seus pacientes, precisa muito de sua ajuda.

Foi então, que aquela jovem, deixou de olhar o horizonte, e voltou para sua realidade. A vida segue, mesmo estando só.