A Jogada inesperada

A bola entrou no ângulo como foguete,

parou o trânsito, atropelando a rotina,

não pediu licença, empurrou para atacar,

fez de conta que nem viu o árbitro apitar.

No pau, no pau, corremos para a defesa,

astuto e em casa armamos a catimba.

Antenas atentas a tantas falácias prensa!

Erguemos as mãos com lágrimas e sabão.

Quando a bola bate na trave... É persistência!!

É álcool! Abraços de suas próprias mãos,

no mesmo movimento é água e sabão.

São lágrimas, posição, postura e educação!

E por mais que a jogada seja difícil

são brindes nas palmas das mãos.

Aos entregadores de pizza, é festa!

Eletricistas acendam os candeeiros...

Abram alas, são caminheiros.

Na terra, o fruto e o agricultor.

Na cozinha o pão e água são banquetes.

É Páscoa” É Páscoa! Uma prece. É vida!

A torcida é imensa aos médicos e cientistas,

aos enfermeiros e trabalhadores da saúde...

É ouro! É ouro! Todos sabem a missão.

Assoviem, são filhos de professores.

Que vão à campo com precisão. São palmas!

É hora de tirar o chapéu! Aplausos! Aplausos!

Há resistência de tanta gente... Exclusos!

A fome berra os porões!

Sentimos: as memórias póstumas!

Silêncio!...

Vamos fazer catimba em nossas casas!

Isolar a bola! É estratégia! É ganho de tempo,

no tempo que corre e come-nos por inteiro.

É ponte!! É defesa!! Prorrogação!!!

Tabela estudo de passe! No seno cosseno!

Espalmadas! Nosso gol vai ser de peixinho,

Com arte e criatividade... Aguardemos...

Em casa com fé a finta do chocolate

Para sairmos da arquibancada!

Sem esquecer das dores, das torções, sem flores!

Mas festejar a vida, que corre no campo

Para além do futebol de campo. É gol! É nosso!

Esperança!!! Sempre!!!

Márcia Plana

Márcia Plana
Enviado por Márcia Plana em 12/04/2020
Código do texto: T6914378
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