SUPERMERCADO EM QUARENTENA

Ando perdido no supermercado

Em plena pandemia meu percurso

Grupos de bate-papo tem fechado

Noutro um bolsonarista faz discurso

Empurro meu carrinho à flor da pele

Chego no açougue e pego alguma senha

Sinto que querem que eu me descabele

Pois sei que este açougueiro me desdenha

Por fim a fila que vai dar no caixa

Penso que acabará minha aflição

Contudo antes de mim ninguém despacha

E a gorda fica presa no balcão