Minha luta

Abri mais uma trincheira nesta guerra que é a vida.

Trata-se de um espaço na estante para os livros de poesia,

mas, não obstante, descubro, como sempre,

que as bombas vêm de cima...

É também poesia construir castelos de cartas

para se abrigar em tempos de incertezas.

(Mas ainda assim essa é minha resposta ao mundo.)

Seria poético se me descrevesse soldado

a pegar em armas e sair pelas ruas

a combater moinhos de vento

quando sei que na verdade monstros existem, sim.

Não só os meus, imaginários,

mas os que podem fazer algo para mudar o mundo,

mas não o fazem.

O fogo amigo da podre república que ceifa vidas,

Sim, as bombas vêm de cima

diretamente daqueles que nos deviam proteger.

E só me resta a poesia para não enlouquecer.