SOB O CÉU CINZA DE SAMPA
Todo passeio ao qual se resolva
se entregar...
mas só os astrônomos podem decifrar
Um dia no céu cinza de São Paulo
É sempre um arraso.
Meu eu andarilho me suga para
a memória inicial
Casa Verde que nada via de verde
Senti raiva, senti dor
Porém, nunca me faltou amor
e poesia
Um tanto escassos nesta vida
de capital, atual.
Parei num campo esverdeado
E sem perceber estava perambulando
pelo Flor de Maio.
Gosto desse negócio de diversidade
Tão natural
Pra quê tanta modernidade!
Mesmo cinza, está tudo acontecendo.
Há a adaptação do tempo
correndo, morrendo...
Você pode ter duas opções
Morrer engolido ou viver adentro.
É um turbilhão de estações
e sentimentos
E a "Cidade Alta" escorrega pelas
minhas pernas, apenas.
Só quem é da favela sabe o que
aguenta!