REGURGITO NA POESIA

Ah! eu não tenho nada
E tudo tenho....

Uma pequena varanda
Com algumas plantinhas
Avencas, palmeiras, cactos,
Até comigo-ninguém-pode
Qué pra evitar mau-olhado

Na minha sala
De livros abarrotada
Uma velha prateleira
Tem Ferreira Gullar
Manuel Bandeira
Minha querida Cecília
Que trago na cabeceira

Tem Gabriel García Márquez
Com cem anos de solidão
Álvares de Azevedo
Na lira dos vinte anos
O gran mestre Neruda
Com seus últimos poemas
E outros tantos... tantos mais
Ah! quase esqueci Zé Limeira,
O poeta do absurdo!

Tenho o riso do meu neto
Iluminando as sombras
Que sombreiam os meus dias

Tem um pássaro mavioso
Que vem cantar na varanda
Quando estou na minha rede.
E o seu canto meloso
Traz de volta a minha alma
Que na distância debanda

Tenho uma alma sedenta
Pescadora de inspirações
Que quando pesca a poesia
Dela se sacia até regurgitar.


INTERAÇÃO QUE RECEBO COM CARINHO DO MESTRE , 
JACÓ  FILHO :

Só  o mestre Zé Limeira 
E o nosso Patativa
Já dão as almas nativas 
Bibliotecas inteiras...

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Erivaslucena
Enviado por Erivaslucena em 22/10/2020
Reeditado em 23/10/2020
Código do texto: T7093674
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