A RENDA QUE TECEMOS DIA A DIA

Teça sua renda, oh, alma horrenda!,

teça e dela faça uma mortalha

para sua aura obscura, escura

como um corvo, que grita,

porém, morrerás solitário,

pobre otário,

a mercê da sua sina

uivando por socorro!

Teça, teça, teça a renda

para sua futura e eterna tenda

Teça, teça, teça, tudo quanto for,

só não teça a ilusão

que viverás um grande amor,

quando muito, de ti usurpara

a mais vil paixão, ademais,

são prenúncios de ilusão!

As coisas terrenas são voláteis,

aos olhos de Deus, eu diria, inúteis...

porém, contudo, entretanto, jamais esqueça,

carregamos para a eternidade,

a renda que tecemos dia a dia,

então teça, teça, teça sua renda,

que ela lhe sirva de mortalha,

proteção, amparo, tenda!

Marcos Horto
Enviado por Marcos Horto em 09/02/2021
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