Foto: João Tavares.
 
SerTão
 
No meu cantinho chamado Sertão
Onde o Ser vive Tão feliz sem saber
Apesar do sol ser abrasador
E da brisa ter hálito quente
A solidariedade habita no amor
Do coração pueril de nossa gente
 
Aqui, o Ser é Tão, belo.
Recheado de belezas e encantos
Em cada serra, em cada povoado, em cada canto
Seja na delicadeza da flor do mandacaru
Ou na árvore sagrada que dá imbu
E nem tudo é sofrimento ou planto
 
Diferente da Selva de Pedra que cerca e sufoca
O gorjear dos pássaros faz o SerTão livre na alma
Feito sinfonia de alvorada que as manhãs invoca
Acalantando ao espírito, desnudando a calma
Enquanto a natureza feito canção se renova.
 
Aqui, gostamos de balançar o quadril
E isso deixa o Ser, Tão viril
Quando a sanfona chama pra dançar forró
O cabra requebra de forma varonil
Enquanto a mulherada remexe a cintura
Cheia de formosura
Que encanta aos olhos e no peito dá nó
 
Aqui, o Ser é Tão indefinido
As vezes belo, as vezes feio
Alegre ou triste
Rico ou Pobre
Imperfeito
Porém Nobre.
 
E se assim não fosse,
O Ser não seria Tão
Fascinante
Quanto Rio de água doce
 
Onde o Ser é valente, e o solo Tão sofrido
Mas, êta Sertão de solo querido!
Terra que os meus pés estão a tocar
Terra que o meu coração NUNCA
Deixou de amar.
Marcos Antônio Lima
Enviado por Marcos Antônio Lima em 15/05/2021
Reeditado em 15/05/2021
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