Sono justo
Ao longo da noite escuto a vida,
Os grunhidos das ruas.
Mesmo com a bruma.
Compreendo algumas teias.
Tentando dormir, eu ouço os rumores,
Abafados, batidas e clamores;
Dos vizinhos, nos arredores.
Não paro para reconhecer os autores.
Alguns sons se tornavam agonizantes,
Outros iam amortecendo.
Pelos ouvidos, seguiam me prendendo.
Já não eram os mesmos de antes.
E os sons que me tomaram de refém,
Tiveram fim no mesmo instante,
Ainda que eu escute sirenes distantes,
Virei para o lado e pude dormir bem.