Sono justo

Ao longo da noite escuto a vida,

Os grunhidos das ruas.

Mesmo com a bruma.

Compreendo algumas teias.

Tentando dormir, eu ouço os rumores,

Abafados, batidas e clamores;

Dos vizinhos, nos arredores.

Não paro para reconhecer os autores.

Alguns sons se tornavam agonizantes,

Outros iam amortecendo.

Pelos ouvidos, seguiam me prendendo.

Já não eram os mesmos de antes.

E os sons que me tomaram de refém,

Tiveram fim no mesmo instante,

Ainda que eu escute sirenes distantes,

Virei para o lado e pude dormir bem.

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 06/06/2021
Código do texto: T7272840
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