A árvore que abraçou a lua


Era uma vez uma árvore gente 
no meio do nada 
e no meio de tudo 
ao seu redor a natureza presente 
um contraste da escuridão 
um olhar envolvente
afasta a solidão.
como gente sente o calor e frio 
suas folhas se arrepiam 
e a emoção vem a tona
desprovida de vícios 
sem medo de ser árvore  
e de transmitir afeto 
trás em si seu esqueleto forte 
enraizada em suas convicções 
de ser o que se é 
uma simples árvore ao relento 
plantada ao seu tempo 
o vento não lhe causa calafrios 
é como um beijo forte 
que a sopra para um lado e outro 
ela se mantém forte
no seu ritmo silencioso 
a espera de um abrigo 
ela não tem pressa 
não é como a gente 
que corre para qualquer lugar 
como se quisesse encontrar 
um sentido para a vida 
a doce árvore não tem dessa coisas 
fica parada sob o serenar da noite 
às vezes chora e pede colo 
ao abraçar a lua.

Adeh Sandim, hoje
@cantolivreepoesia