Poeira vermelha

Era a poeira vermelha!

Que na metade do dia já marcava o rosto

O entorno dos olhos,

Já manchava a camisa;

E debaixo da unha, canseira de esfregar.

Era a poeira que nublava quando o vento batia,

Que sujava e fazia assoviar a vassoura.

A poeira que atrapalhava a vida do verdureiro Enquanto ele chacoalhava pela estrada de pedra calçada, a carroça.

Era a poeira vermelha que a tudo perfumava

Quando caia a primeira chuav... era a poeira.

À beira-mar vem a brisa,

Eu pensei ser a vida dos sonhos.

Quebra a onda e me fatiga;

Areia a perder-se a vista;

Eu, sem eira nem beira,

Saudosa da minha poeira.

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 02/11/2021
Reeditado em 17/02/2023
Código do texto: T7376535
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