ESPELHO, ESPELHO MEU

Espelho, espelho meu,

Não me olhes com essa cara

Fico com medo de ti.

Hoje amanheci azedo

Frustrado pelas desditas do Ontem

Ansioso pelos encargos do Hoje

Por favor, dê-me um sorriso!

 

Olhe-me com carinho

Enquanto faço a barba

E penteio meus já ralos e grisalhos cabelos

Senão parto-te em mil pedaços!

Arrisco-me a sete anos de azar

- é a maldição dos espelhos –

e uma mão cortada pelos teus cacos.

Teus cacos, não se juntam mais.

Estás condenado, espelho meu,

A mirar-me com alegria

Para o bem de nós dois.

Paulo Cezar S Ventura
Enviado por Paulo Cezar S Ventura em 14/03/2022
Código do texto: T7472609
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