Desabafo
Só por hoje não quero flores,
Estou pra desamores,
Nostalgia profana,
Minha humanidade,
Destroçada em desalinhos.
Não quero outra coisa,
A não ser o meu vaidoso silêncio,
Devorado em tempestades,
Rasgando o aflito peito,
Ardendo no fogo do pensamento.
Só por hoje incendeio-me,
Na purificação das minhas verdades,
Cruel inquisição que me domina,
Açoitando o temor em minha carne,
Assombroso diálogo com a morte,
Enquanto anseio a vida.