Preso na garganta

Amanheceu e o sono

Ainda não bateu.

Mais uma noite

Nem vejo passar.

Será que sou eu?

Uma amiga me disse

Que já me acostumei

A me maltratar.

Não pode ser eu,

Esse pensamento

Não é meu...

Só sei que é mais forte

Do que eu...

Dele não consigo me livrar.

Já me falaram de ajuda

Mas não sei a quem procurar.

Falam de um setembro amarelo

Como se somente neste mês

A depressão viesse me visitar.

Amarelo?... Por que dessa cor?

Se o sinal está verde

E a tempestade do meu coração

Se apossou.

Eu queria quebrar esse elo.

Não quero mais ouvir...

Ele tenta me convencer

Que não há mais nada a fazer

Que esse sofrimento

Que queima meu peito

A morte é único jeito

Só ela podê-lo-á remover.

Viver para quê?

Cansada de lágrimas verter

De esperanças não encontrar

De no meu quarto escuro

Me esconder

De alguém à porta sempre ficar a bater

Dizendo que ainda posso escolher

Quando só vejo uma opção

E não é amarelo, é vermelho

Cor do meu sangue

Que não canso de pensar

Em deixar correr.

Quem sabe assim

Essa dor possa extrair;

Quero com ela acabar

Tento gritar por socorro

Sem ninguém a escutar

Basta! Vou à morte abraçar...

Não sei como aconteceu,

Alguém me resgatou,

Acordei em uma clínica,

Um tratamento iniciou.

Quem sabe assim

A esperança se apiede de mim

Eu a volte novamente a ela sentir.

Mari Velasco
Enviado por Mari Velasco em 03/09/2022
Código do texto: T7597252
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