A CIDADE ACORDOU AGITADA (E NINGUÉM PARA PRA VER SUA DOR)
A cidade acordara agitada
Carros e motos disputando espaços
E todo mundo voltando ao trabalho
Mais uma segunda-feira de dezembro!
Sinais fechados tornaram-se abertos
Muitas buzinas assustando o povo
A cidade viva se movimentava
E não podia parar um minuto
Para observar a minha dor
O mundo gira
A história prossegue
E cada um que carregue suas cruzes.
O sol nasce
Há dias de chuva
A Lua embeleza a noite
Na companhia das luzes e planetas
A Terra gira
E nunca para para observar sua dor.
Vida que segue.
Vidas que nascem
Enquanto outras partem.
E ninguém para para ver sua dor.
Dor do mendigo, do desempregado
Dor do órfão, da viúva, do desenganado
Dor do prisioneiro, dor da prostituta
Do refugiado.
Carros e motos disputando espaços
E a cidade continua agitada
E ninguém para pra ver sua dor.