Quanta saudade

Cheiro de terra molhada,

Da grama sendo cortada,

Quanta saudade me dá.

Do sereno da madrugada,

Das manhãs ensolaradas,

Eu vivo sempre a lembrar.

Que saudade da infância,

Trago ainda na lembrança,

O cantar do sabiá.

Aquela menina de trança,

Cheia de fé e esperança,

Já não sei onde ela está.

Às vezes fico pensando,

Velhas imagens voltando,

E me ponho a divagar.

Vejo um filme passando,

Parece-me estar sonhando,

E que nunca saí de lá.

Hoje tudo é diferente,

Os sonhos tão inocentes,

Aos poucos vejo acabar.

Só a saudade insolente,

Povoa a minha mente,

Que vontade de voltar.

Ignez Freitas.