Tinta Óleo

Não tenho faculdade

Já passo da idade

Não tenho doutorado

Nem livro publicado

Se cursei universidade

Foi a da simplicidade

Não sei nem quando na frase

Se usa uma crase

Escrevo sem eira nem beira

Sob os galhos da laranjeira

Na estante livros que releio

E me amamentam como um seio

Arrisco umas linhas

Soltando algumas rimas

Mesmo que por um instante

Sinto já ter dito antes

Acredite que minhas ações

São sem segundas intenções

E que em minha língua afiada

Não existe nem uma lábia

Confesso que já te vi

Por aqui e por ali

Sinto a brisa nos tocar

E isso aumenta meu sonhar

Fios brancos que anunciam

Que estou num novo início

No espelho a imagem

E na pele a tatuagem

Na parede o relógio

E na tela tinta óleo

No copo novas palavras

Que eu bebo com vontade

Higor Santos
Enviado por Higor Santos em 08/02/2023
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