Águas rasas

Dai-me um tempo para conhecer-me

Pois eu não reconheço mais meus olhos

Antes, tinha o universo na palma de minha mão

Mas o presente, eu pude só agradecer por ser um grão

Em cada gota, uma palavra

Nas águas rasas me afundo

Feito banheira de porcelana

Deixando vasto mais um sentimento confuso

Quem diria que as sereias não queriam me matar

Era meu pulmão sendo fraco para a água não suportar

Quem diria que a vida eu não iria suportar

Feito medusa que veio a me abraçar

Estou à fundo desse seu mundo

Perdendo aquele pouco tempo que me resta

Conhecendo a origem de teu encanto

E apresentar-me um novo mundo

O café estava morno e bem adoçado

Acompanhado de um bolo molhado e bem recheado

Com aquele cheiro de incenso floral

E no rádio tocava Suanne Royal

Alvaro Kitro
Enviado por Alvaro Kitro em 19/07/2023
Código do texto: T7841211
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