Sussurros que gritam

Entalo minha garganta em poucos gritos

Junto a cada eufemismo

Um exagero matar o silêncio aos gritos

Ou a anáfora com a atitude que incentive o niilismo

Os deuses ignoram os gritos da amaral peixoto

Talvez nós citamos apenas teu engodo

Diria Hera após a mordida de Alcides

Que jamais amamentaria um mortal de novo

Entalo em minha garganta os mesmos versos já ditos

Sobre o senhor que andou até o lago verde-oliva

Seguindo rumo ao oeste

… Lá não tinha nada, nadinha

O rei prevalece em seu intimidador trono de ouro

O mesmo que se derretesse em barras alimentaria todo o povo

Aquele que ele tanto fala amar em seus discursos

Ah, o lago verde-oliva…

Entalo em minha garganta o vinho de Dionísio

Eu já me encontrei perdido em tantas bocas

Mas com a ressaca eu encontrei-me rodeado da maré alta

Maldito seja, o barco de teseu

A vida já deixou de fazer sentido

Quando colocamos no sistema o imperialismo

A vida do pobre só tem valor ao rico

Pois o próprio faz questão de ofuscar seu próprio brilho

Entalo em minha garganta

A ausência de tantas vozes

Junto ao desespero de mais um grito mudo…

Alvaro Kitro
Enviado por Alvaro Kitro em 31/07/2023
Reeditado em 29/08/2023
Código do texto: T7850502
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