Paraiso

Pisar a terra

Sentir a grama

O perfume das flores

Observar o cantar

E bailar dos pássaros

E das borboletas

O céu multicor

A imensidão das árvores

Da calmaria de um entardecer na roça.

Bule descascado no fogão a lenha

Leite recém tirado

Casa banhada na vassoura de alecrim

Cheiro de paz

De café coado

De broa assada

Do papo leve

Do chiado do rádio

Crianças lambuzadas de manga e lama

Correndo pelo quintal

Banho de mangueira ou cachoeira

Em dias quentes

Fogueira e violão em noites frias

Casos de assombração em noites chuvosas

Mirar o ceu estrelado

Namorar a lua

Conversar nos alpendres

Balançar na rede

A embalar para um sono

De silêncio e leveza

Despertar com o galo a cantar

O sabia a bicar

Cheiro de terra molhada

Ou com o espetáculo do por do sol

Sábios e sábias de uma sabedoria singular

Livre de diplomas e de certificados

De um saber que a academia não há de ensinar

A escola deste saber é a vida

Mapear o céu com o olhar

Sentir a brisa, o solo e o ar,

Beber dos ensinamentos dos mais antigos...

...Simplicidade...

Ana Lu Portes, 26 de setembro 2023

Ana Lú Portes
Enviado por Ana Lú Portes em 26/09/2023
Reeditado em 26/09/2023
Código do texto: T7894809
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