Cadeira de balanço
Paisagem
Mente em viagem
Sonho distante
Imaginação abundante
Mente limpa
Alvejada na paz
Da leveza nobre
Que a infância traz
Medo de gato
De rato
De gambá
E morcego
Brinca no covil de cobras
Livre de receios
O absurdo e seu amigo
E o rotineiro a assusta
Voa alto com a águia
Reflete com a coruja
Se aquarela com as borboletas
E escala o arco iris
Cavalga no pé de goiaba
Respira poeira
Pra cuspir tijolo
Se empoeirando de alegria
Não há diferença entre noite e dia
Tudo está em harmonia
Quando a alma e leve
E a menina se deixa levar
E embalar
Na velha e aconchegante
Cadeira de balanço.
Ana Lu Portes, 28 de setembro 2023