Repentes
Um repente
De repente
No batuque do tambor
Ao som do pandeiro
E do pensamento a vapor
Fala daqui
Repete dali
Não sei se vai gostar
Fique na recepção a esperar
Aguarde por favor
Pois faz frio
E não calor
Chove pingos de palavras
Pinceladas de cor
Quais cor será
Não se sabe o que virá
Na dança das palavras
Em cantos de folias
Repentinas a bailar
Versa daqui
Canta de lá
Versos que narram
O que está a vibrar
Nas cordas vocais
De violão em mão
Sgrimando pelo andar
Batalhas já vencidas
Pois não há o que lutar
Bandeiras de paz
A se astear e tremular
A guerra não compensa
E haverá de ter dias
Que não mais se há era de guerrear
Ana Lu Portes, 28 de setembro, 2023