Visita

Francisco peregrino.

Visita a casa de chão batido,

de pau a pique e barro,

ou de plástico e papelão.

Francisco, com pés rachados no asfalto,

Contemplas a flor que nasce no concreto.

Beijo ou lírio,

guerreiros ao sol,

colorem o cinza das calçadas,

enfeitam os lares,

improvisados embaixo das pontes.

Francisco dos pobres,

estaria entre eles,

aceitando um café,

sopa de pedra

ou um trocado.

Ou ainda doando,

as próprias vestes,

pra quem menos tivesse.

Francisco que encenou,

o casebre no estábulo,

cheirando a esterco,

e coberto de feno,

para o rei nascer.

Escancara as mansões,

que são apensas casas.

E mostra a rua e periferia,

como lares,

ainda que sem tetos.

recobertos de afeto,

encantam quem vê.

Francisco irmão,

do camelo e do cão,

do gato e do rato,

do lobo e do homem.

Sem distinção.

Francisco amigo,

dos leprosos

sofridos,

feridos por fora,

cicatrizados por dentro.

Francisco da dor,

que exala aconchego e calor,

em cheiro de flor,

dos estigmas de Cristo.

Francisco querido,

já faz tanto tempo

que aqui você veio e ensinou,

as lições que aprendeu.

O mundo tem fome,

e está sedento

do alimento

que seu mestre plantou.

Francisco da humildade

Da irmandade e ternura

Da simplicidade do amor.

Ana Lu Portes, 4 de outubro, 2023

Ana Lú Portes
Enviado por Ana Lú Portes em 04/10/2023
Reeditado em 05/10/2023
Código do texto: T7901227
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