Lar

Quero tecer meus versos

Quais castelos de sape

Paredes de barros

Em tom quente e vivo de argila

Em que moldo e me moldo

Nos afetos que floream

Nas paredes que barreio

Ou no jardim plantado

nos vasos descascados no quintal

Quero um por do sol

Laranja e colorido de minha janela da sala de visita

A aquecer as chegadas e partidas

Que mantém as vigas e estruturas do lar

Quero quadros de esperança pendurados

A iluminar os dias cinzas

E roupas leves a bailar no varal

Quero a paz inquieta

Da cotovia desperta.

Dos vagalumes feito lampiões

A iluminar o chão de estrelas saltitantes

Quero a tenda do céu claro

Com o globo lunar a guiar a estrada

O café, o riso, a broa as gargalhadas

O tempo perdido e ganhado entre

cócegas e historias

Quero tanto

E tão pouco

Deste lar em que habita meus sonhos

E mora dentro de mim

Ana Lu Portes, 26 de janeiro, 2024

Ana Lú Portes
Enviado por Ana Lú Portes em 27/01/2024
Código do texto: T7985941
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